Por Mario Francisco Giani Monteiro e Leila Adesse .
O número de abortos induzidos foi estimado multiplicando-se por cinco o número de internações por abortamento registradas no SIH-SUS, aceitando-se a hipótese, proposta na investigação do Alan Guttmacher Institute (Alan Guttmacher Institute, 1994), que, no Brasil, 20% das mulheres que induziram um aborto tiveram que ser hospitalizadas em conseqüência de complicações. Foram também utilizados como fatores de correção um sub-registro de 12,5% e descontada uma proporção de 25% de abortos espontâneos.

A grande maioria (3 em cada 4 em 2005) das internações no SUS por abortamento ocorreram nas duas grandes regiões com maior população, Nordeste e Sudeste, como pode ser visto no grafico 2. Isso pode ser explicado pelo ritmo mais rápido de crescimento da população feminina de 15 a 49 anos na Região Norte, que aumentou 59% de 1992 a 2005.
A redução no número de internações no SUS por abortamento ocorreu em todas as faixas de idade, como se pode ver no gráfico 3.

Observamos uma diferença regional importante, sendo o risco de abortos induzidos por 100 mulheres de 15 a 49 anos nas Regiões Nordeste e Centro-Oeste maior que o dobro deste risco na Região Sul. Provavelmente parte destas diferenças pode ser atribuída a uma utilização maior e mais eficaz de medidas anticoncepcionais pelas mulheres na Região Sul, o que diminui a ocorrência de gravidezes indesejadas e conseqüentemente a necessidade de recorrer à indução do aborto.
Apesar de haver uma redução no risco de abortamento induzido, ele é ainda muito alto no Brasil, e apresenta diferenças regionais importantes em conseqüência da baixa utilização de medidas anticoncepcionais nas Regiões Norte e Nordeste.
Fonte: http://www.abep.nepo.unicamp.br/encontro2006/docspdf/ABEP2006_252.pdf
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