Aborto, um problema mundial

" O aborto é uma velha prática, mas mesmo na antiguidade provocava grandes diferenças de opinião. Platão, na República, aprovava o aborto a fim de impedir o nascimento de filhos concebidos em incesto; Aristóteles, sempre prático, pensava no aborto como um útil regulador malthusiano. De outro lado, o juramento de Hipócrates contém as palavras: 'não darei a uma mulher o pessário para provocar aborto'; o código justiniano proibia o aborto. No entanto, parece haver pouca dúvida de que, no Império Romano e no mundo helenístico, o aborto era, nas palavras de um especialista, 'muito comum nas classes altas'. A Igreja Cristã opõe-se rigorosamente a essa 'atitude pagã' e considerou o aborto um pecado. Em muitos estados, a lei seguiu a doutrina da Igreja e considerou o pecado um crime. Mas na lei anglo-saxônica o aborto era considerado apenas um 'delito eclesiático'.
Hoje, o aborto é um problema mundial. Os levantamentos e estudos realizados por pesquisadores isolados e pela Unesco mostram que essa prática é muito difundida nos países escandinavos, na Finlândia, na Alemanha, na União Soviética, no Japão, no México, em Porto Rico, na América Latina, nos Estados Unidos, bem como em outras regiões. O livro de George Devereux, A Study of Abortion in Primitive Societies, que abrange aproximadamente quatrocentas sociedades pré-industriais, bem como vinte nações históricas e modernas, conclui que o aborto 'é um fenômeno absolutamente universal".

NEWMAN, James R. O Aborto como doença das sociedades.
In: Scientific American, p. 154.

1 comentários:

  1. Unknown disse...

    nesse texto á uma refêrencia a idéia de eovulçao social?

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